domingo, 25 de outubro de 2009

Somos Mestres

Um dia tive um sonho, um ideal, uma identificação, um objetivo e decidi: vou ser professor.

Um dia muitos tiveram sonhos, ideais, objetivos e se identificaram com essa mesma profissão.

Juntos, mesmo que em épocas diferentes, trilhamos caminho e num momento desse nosso percurso, nos tornamos professores(as) da maior Rede Municipal de Ensino do nosso país.

Hoje, juntamos a nossa história às histórias de muitos meninos e meninas, das tantas escolas pelas quais deixamos marcas e de muitos(as) colegas professores(as), que ao longo do tempo deixaram em nós um pouco ou muito de si.

Em mais um dia comemorativo de todos(as) nós que somos Mestres, temos muito o que lembrar e muito o que comemorar, principalmente, por que temos a vontade de aprender e ensinar, o desejo de por que temos a vontade de aprender e ensinar, o desejo de compartilhar saberes, a consciência de nosso papel, a clareza da nossa importância, a alegria de partilhar, a sensibilidade no olhar, a esperança de importância, a alegria de partilhar, a sensibilidade no olhar, a esperança de um futuro muito melhor. Parabéns aos Mestres!

(Texto da professora Fátima Cunha, trabalhado no Centro de Estudos Parcial na E.M. Raymundo Corrêa)
Postado no Blog: http://tiovagnerlucio.blogspot.com/ Em 21/10/2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dez livros que marcaram minha vida

1. A Bíblia. Desde criança, pela formação no seio da comunidade judaica, tive contato com as narrativas bíblicas (antigo testamento), inicialmente através de relato oral de meus avôs, imigrantes da Europa Oriental. Ainda na primeira infância, ao ser alfabetizado, pude apreciar as mesmas narrativas em adaptações para crianças com farta ilustração. São histórias que me encantavam, algumas com semelhanças com as 1001 noites, que povoavam minha imaginação, e que motivavam minhas primeiras preocupações metafísicas – passei parte de minha infância assustado e maravilhado com o vazio que pré-existiu a criação. Aos 13 anos, por ocasião de meu Barmitzvá – ritual de passagem para a idade adulta no judaísmo – ganhei de presente uma edição brasileira da Torá (Pentateuco), A Lei de Moises, que tenho ao meu lado até hoje, repleta de anotações às margens, e que utilizo semanalmente em minhas prédicas na Sinagoga do Clube ‘A Hebraica’. Já se escreveu que a Bíblia judaica é uma ‘Obra Aberta’, no sentido de Umberto Eco; sem dúvida um texto que há milênios se re-interpreta e mantém vivo.
2. Coleção Sítio do Pica Pau Amarelo de Monteiro Lobato. Meu pai tinha o maravilhoso hábito de comprar livros em Coleções (recordo-me das obras completas de Machado de Assis, Lima Barreto, Jorge Amado, Tesouro da Juventude, Barsa, entre outras), todas expostas no hall-biblioteca entre nossos quartos, cada uma de cor própria, com lindas encadernações, que me atraiam demasiadamente. Mas sem dúvida foi a coleção de Monteiro Lobato, lindamente ilustrada, que decididamente marcou minha infância literária, como creio acontecer com a maior parte de minha geração.
3. Obras Completas de Fernando Pessoa. Saindo da adolescência, descobri na Livraria Carlitos, as edições primorosas da Nova Aguilar, com obras completas de muitos escritores consagrados, com capas trabalhadas e papel bíblia. Passei a colecionar... E desde então o volume dedicado a Fernando Pessoa passou a ser por décadas meu livro de cabeceira, e a poesia metafísica de Álvaro de Campos, minhas páginas prediletas.
4. 2001 Odisséia no espaço de Arthur C. Clarke. Numa livraria humilde do menor município de São Paulo (Águas de São Pedro) achei um pocket que muito me marcaria – e que saudades do tempo que o interior de São Paulo ainda oferecia surpresas literárias a leitores. Além de me fazer pensar profundamente sobre o futuro da civilização, descobri a superioridade do suporte livro frente ao suporte cinema. Havia já assistido maravilhado dezenas de vezes o filme, desde seu lançamento na tela Cinerama da Rua Augusta. Mas descobri que a experiência da leitura de 2001 superava o filme. E como!
5. Pensando a Física de Mario Schenberg. Nos anos oitenta, conheci o grande cientista-filósofo brasileiro Mario Schenberg. E, imediatamente, percebi também que Schenberg estava ficando doente e com a idade avançada, e que apenas suas contribuições tecno-científicas estavam registradas. Suas profundas reflexões sobre a Filosofia e a História da Ciência apareciam apenas em isoladas entrevistas e rascunhos de palestras e conferências do Mestre. Com um gravador em punho passei alguns anos registrando novas entrevistas, palestras e cursos de Schenberg. O resultado foi a edição de vários livros – com minha entrada pessoal no mercado editorial – e o primeiro e talvez mais completo e conhecido, seja o Pensando a Física, que hoje adoto nos cursos de pós-graduação em história da física que leciono na PUC-SP.
6. A Comédia Humana de Honoré de Balzac. Balzac maravilhou-me nos anos de faculdade. Descobri o quanto a ficção pode nos ensinar sobre a realidade social de um período histórico. Mergulhei de cabeça em linda primeira edição comentada e com primorosa encadernação, que encontrei garimpando sebo de São Paulo.
7. Ficções de Jorge L. Borges. Numa rodoviária pelo interior da Bahia, buscava novas leituras, envolvido nos idos 70 com a ficção científica. Por acaso achei uma edição de até então desconhecido para mim, Jorge L. Borges, com tarja de livro premiado... E arrisquei. Não era ficção científica! Mas iniciei-me na obra do mago argentino. Que saudável surpresa e traria na seqüência longos anos curtindo os contos de Borges.
8. Mundo, Magia, Memoria com textos selecionados e comentados de Giordano Bruno. Então estudante de Física, já acalentava uma queda pelos estudos da história e filosofia da ciência. O encontro com o diversificado e complexo pensamento de Bruno influenciou em muito meu direcionamento para pesquisar as influências da hermética nas origens da ciência moderna. Um livro que orientou o direcionamento de meus estudos.
9. O menino do pijama listrado de John Boyne. Leitura mais recente, uma perola juvenil para todas as idades, ensinando que o tema do holocausto ocorrido durante a segunda guerra mundial não será esgotado. Trabalhando atualmente em políticas de incentivo à leitura, tornou-se obra obrigatória em bibliografias para jovens iniciarem-se na arte e desenvolverem uma cultura de tolerância.
10. Guerra e Paz de Leon Tolstoy. Minha entrada para a literatura russa. Como em Balzac, descobri em Tolstoy a beleza e riqueza da literatura a nos aproximar dos contextos históricos. Férias acadêmicas passaram então a conviver com livros grossos, mas que me magnetizavam. Pude entender a idéia do apogeu da literatura como arte no século XIX, antes do advento do rádio, fotografia, TV e outros suportes.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Carta dos Cientistas do Amanhã

     
          Terráqueos,

          A gente não deve ficar triste porque o sol não vem; ele veio, porque o dia chegou. E mesmo que ele não viesse, a lua seria nossa companheira, porque ela é amiga de estrelas bem menores, entre as quais umazinha que gostaria de ficar do nosso lado, sendo nosso sol, para que o vazio não se esquentasse no nosso medo, nem na nossa desconfiança de criança que não sabe ficar só. Tudo é passageiro e duradouro. É necessário pegar na cauda do cometa quando queremos chegar em algum lugar e não ficar esperando o sol voltar.
          O cometa passou, chama-se “Cientistas do Amanhã”. Quem quiser ficar no seu chão seguro pode, mas vai perder a chance de conhecer outros lugares, outras pessoas, outras manhãs e anoiteceres...
          Estamos só no começo da viagem, mas já aprendemos que somos capazes de muito mais coisas quando podemos olhar o nosso planeta escola das alturas, de fora do lugar comum.
          Não é necessário coragem, é necessário só vontade para embarcar nessa viagem e acreditar que quem está na cauda do foguete com a gente merece voltar para a escola mais feliz do que foi para casa.
          “Cientistas do Amanhã”, você nos deu outro chão!

          De um planeta qualquer,
         
          Tio Vagner Lúcio.
          tiovagnerlucio@hotmail.com
          http://www.tiovagnerlucio.blogspot.com/

domingo, 4 de outubro de 2009

As Classes Hospitalares como modalidade de Inclusão

Autores: Tyara Carvalho de Oliveira
Prof. Dra. Amélia Escotto do Amaral Ribeiro FEBF/UERJ

No contexto atual não cabe falar apenas de escola inclusiva, mas, sim, de sociedade inclusiva. Isto se justifica na medida em que a inclusão não se restringe apenas aos portadores de algum tipo de deficiência; estende-se a todos que, de alguma forma, precisam ser incluídos (minorias étnicas,....). No contexto brasileiro, observa-se que a escola, na maioria das vezes, estrutura-se predominantemente para atender ao aluno ideal. Como consequência, constrói-se no imaginário institucional e pedagógico protótipos do que seja esse “aluno ideal”, e os alunos passam a ser classificados em duas categorias, qualitativamente distintas: os ditos “normais” e os “anormais”. Romper com essa visão dualista é o primeiro desafio a ser enfrentado não apenas pelo professor, mas, sobretudo, pelos Sistemas Educacionais de um modo geral, e pelos Cursos de Formação de Professores, em particular. Em outras palavras, a dimensão “sociedade inclusiva” implica o repensar dos perfis da formação oferecida assim como uma visão mais clara e objetiva das competências exigidas para um desempenho profissional coerente com os propósitos e demandas dessa sociedade (ainda tida como ideal, na maioria dos casos).
Curiosamente, no contexto brasileiro, as diferentes modalidades de inclusão ainda são duplamente desconhecidas pela maioria dos alunos do Curso de Pedagogia. Isto é, desconhecem-nas enquanto modalidades da Educação Inclusiva e enquanto possível campo de atuação profissional. Serve de exemplo, o desconhecimento (identificado através de pesquisa de campo), em relação ao atendimento pedagógico hospitalar, denominado Classe Hospitalar. Detectou-se que os dados sobre as Classes Hospitalares são, de certa forma, incipientes, apesar da prestação de assistência pedagógica infantil ser normatizada pela Resolução de nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A maior parte da produção teórica disponível sobre o tema deve-se às pesquisas de Eneida Simões da Fonseca e Ricardo Ceccim, segundo as quais o estar hospitalizado já caracteriza a criança e/ou adolescente como portador de necessidades especiais independentemente que essa necessidade seja temporária ou permanente. A atuação em nível da classe hospitalar implica, portanto, maior atenção dos Cursos de Formação de Professores quanto às possibilidades de atuação e formação que emergem das demandas mais amplas da sociedade.

Esse resumo foi publicado nos anais do Congresso Internacional Educação e Trabalho da Universidade de Aveiros em Portugal em 2005.

GESTÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA

1. O que é Inclusão?

Para que possamos entender melhor o papel do gestor no processo de inclusão, vale primeiro entender o real sentido da palavra e a imensidão de definições que a mesma nos remete.
Primeiramente é importante lembrar que não se resume somente em colocar pessoas “diferentes” em um lugar que não costumavam estar, significa transpor a chamada deficiência dando lugar a possibilidades de superação. Inclusão é dar oportunidades diferentes, considerando sempre a igualdade de direitos.
Quando falamos em inclusão na escola, preconceituosamente pensamos em deficientes, mas temos que ter consciência que o mundo necessita de pessoas com valores éticos, morais, que só serão conquistados a partir do convívio com a diversidade. Nesse sentido é importante ter consciência do respaldo legal que envolve o trabalho no processo de inclusão.

2. Os aspectos legais no processo de inclusão

Na Constituição Federal de 1988, podemos citar vários momentos que deixam claro a importância da inclusão: no art. 3º inciso IV, diz que deve haver promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem raça, sexo, idade e qualquer outra forma de discriminação; no art. 5º estabelece o direito à igualdade; no art. 205º o direito de todos à educação.
Mesmo com a legislação existente identificamos a presença de atitudes que caracterizam o profundo desrespeito com o direto da criança com necessidades especiais, e o gestor sendo o elo entre a escola e as mudanças, deve priorizar suas ações no respeito e na conscientização de todos do espaço escolar como o processo de inclusão.
Nesta perspectiva pode-se ressaltar ainda a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que acredita e proclama que:

· toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
· toda criança possui característica, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
· sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
· aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais necessidades
· escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos;


A LDB (Lei 9.394/96) estabelece o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais em classes comuns do ensino regular, bem como a capacitação dos docentes, para o atendimento a esta clientela. Cabe no entanto uma indagação: Será que as escolas estão realmente trabalhando em prol deste processo? Os gestores estão conscientes da necessidade de um atendimento para este segmento de nossa educação? O que está sendo oferecido aos educadores em termos de capacitação para suprir as necessidades?
Estas indagações são difíceis de serem respondidas, pois na prática não é o que ocorre no dia-a-dia. Entretanto vale ressaltar que à toda regra existe exceções e por estar atuando como educador da classe especial na Prefeitura do Rio de Janeiro, constato que há compromisso de toda a equipe com os pressupostos legais procurando dar suporte aos professores que atuam com este segmento, físicos e pedagógicos.
Nesta tarefa é importante que o gestor esteja atento a todos os aspectos que viabilizarão este fazer, sendo uma conquista a longo prazo para a educação, mas vale ressaltar que só através de uma atuação comprometida com a inclusão que realmente teremos uma gestão democrática.


3. O papel do gestor como articulador de mudanças: em busca de uma escola inclusiva

O gestor escolar é peça fundamental para o desenvolvimento de inovações pedagógicas, pois ele é capaz de garantir abertura de novos espaços à transformação do cotidiano escolar.
Para que suas ações tenham efeito satisfatório no processo de inclusão, a flexibilidade no seu trabalho é uma das condições indispensáveis, tendo em vista que deverá considerar a diversidade de opiniões. E ao buscar eficiência em seu trabalho deve atentar a influência da cultura de toda a comunidade escolar, mas não se utilizando apenas de argumentos, mas também aplicações concretas.
Sage (199, p. 238) realiza algumas considerações importantes ao refletir sobre o papel do gestor na constituição de uma escola inclusiva:

“a maneira pela qual os diretores exercem as forças simbólicas e culturais através de suas atitudes e comportamento é particularmente importante quando se exemplificam as ações e as atitudes necessárias para a prevalência de um ambiente inclusivo nas escolas. Primeiramente, o comportamento do diretor é que estabelece o clima pelo qual se resolve que a escola é de todas as crianças.”


Como vimos anteriormente, o gestor tem grande importância na escola sendo necessário que ele busque sua atuação baseada na diversidade. Em conseqüência da liderança que exerce, todos que compõem este ambiente estarão se espelhando em suas ações, neste sentido deve ser o primeiro a ter consciência da importância da escola inclusiva implementando práticas que favoreçam este princípio, dando a escola unidade, e não atribuir dois espaços: um de ensino regular e um de educação especial. Concebendo-o como um todo e não compartimentado. Neste cenário, a escola torna-se responsável por todos educandos,e não apenas por alunos regulares ou os ditos “especiais”, integrando-os ao trabalho com especialistas e toda a equipe.
É importante ressaltar que o novo traz receios, e o gestor deve estar atento à este temor, encorajando todos o participantes do processo de inclusão à uma busca de novas práticas, apoiando o corpo docente para a aquisição de uma atitude inclusiva, respeitando sempre a individualidade cada um.
MEC (2004, p. 23) nos chama a atenção quanto ao suporte necessário aos educadores e gestores em prol de uma escola inclusiva.

“É importante que o procedimento de acesso ao sistema de suporte disponível seja regulamentado pela escola, para evitar que o professor tenha que buscar ajuda apenas por iniciativa pessoa. A busca por inciativa pessoa sobrecarrega o professor e deixa sem suporte o professor que não tem essa iniciativa. No primeiro caso, se fortalece a cultura de que a busca de soluções para problemas no ensino não é responsabilidade da gestão da escola, enquanto que no segundo, penaliza o processo de aprendizagem e o alcance dos objetivos reais da educação.”

Também a UNESCO, através da Declaração de Salamanca sinaliza:


“Administradores locais e diretores de escolas podem ter um papel significativo quanto a fazer com que as escolas respondam mais às crianças com necessidades educacionais especiais desde de que a eles sejam fornecidos a devida autonomia e adequado treinamento para que possam fazê-lo. (...) Uma administração escolar bem sucedida depende de um envolvimento ativo e reativo de professores e do pessoal e do desenvolvimento de cooperação efetiva e de trabalho em grupo no sentido de atender as necessidades dos estudantes.”


Isto nos remete a uma educação de qualidade, implicando na forma que a gestão escolar é exercida, sendo mais coerente, deixando o espaço dos gabinetes , e buscando o profundo conhecimento do que realmente ocorre nas salas de aula participando ativamente.
A partir destes princípios não há diferença no trabalho cotidiano, o que é preciso é a agregação desses valores para toda a escola, ou seja, corpo administrativo, técnico , pedagógico e comunidade.
O início deste fazer é a mudança do pensamento de todos os atores sociais e acredito que a passos leves temos obtido mudanças significativas, a partir do redimensionar das práticas pedagógicas dos educadores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, busquei compreender o papel do gestor no processo de inclusão, entendendo que é peça fundamental no ambiente escolar quanto ao atendimento a todos, independentemente de qualquer diferença. Entretanto para que essa realidade tão esperada aconteça de fato o gestor deve realizar seu trabalho pautado em uma gestão democrática, onde todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem realizem um trabalho integrado objetivando a transformação da escola: sendo ambiente de estudo, mas também um lugar onde todos compreendam as necessidades específicas de cada um, tendo “empatia” ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro.
Apreendeu-se que a escola para ser inclusiva é preciso que o gestor atue como articulador de todo esse processo, sabendo que na realização deste trabalho se faz necessário uma diversidade de ações pedagógicas que favoreçam a construção deste espaço. Outro ponto de grande relevância, é compreender a escola a partir de sua função social para a transformação dos indivíduos, em relação a convivência harmoniosa na escola e sociedade, sendo fundamental para o desenvolvimento pleno dos indivíduos.
É preciso que todos os gestores tenham consciência de que a escola só será acolhedora a partir de um processo educativo comprometido com a inclusão, especificamente dos portadores de necessidades educativas especiais, tornando-se uma escola aberta e sua gestão verdadeiramente democrática.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Constituição Federal de 1988.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei nº 9.394/96

CAVALCANTE, Meire. Como criar uma escola acolhedora. In: Nova Escola. mar, ed 180. São Paulo: Abril, 2005.

CULLIGAN, Matthew J. et al. Administração: de volta às origens. Trad. Lia Cayres. 5 ed. São Paulo: Best Seller, 1988.

FREIRE, Paulo. A escola. Instituto Paulo Freire: www.paulofreire.org

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquios (orgs). Autonomia da escola: princípios e propostas. 5 ed. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2002 (Guia da Escola Cidadã).

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2004.

LÜCK, Heloísa. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 23 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

SAGE, D.D. Estratégias administrativas para a realização do ensino inclusivo. In: SATAINBACK, S; SATAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SILVA, Claudia Lopes da. O papel do diretor escolar na implantação de uma cultura educacional inclusiva a partir de um enfoque sócio-histórico. São Paulo, 2006.

UNESCO. Declaração de Salamanca e Enquadramento da Ação na Área das Necessidades Educativas Especiais. Ministério da Educação e Ciência de Espanha: Salamanca, Espanha, 1994.

A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

1. Repensando o papel e função da escola.

Sabedores somos, que nossa sociedade vive um momento de transformações e a escola deve estar acompanhando este processo de mudança, realizando um trabalho que busque a integração com a diversidade que é visível a todos. Essas mudanças são ocorridas devido aos avanços tecnológicos e científicos, a economia cada dia mais favorece os poderosos e desfavorece os oprimidos. Nesta perspectiva o gestor escolar deve ter uma atuação primordial quanto ao alcance dos objetivos da escola, sinalizados por Libâneo (2004, p.53-4) ao propor cinco objetivos que devem ser alcançados:

“1. Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais dos alunos (processos mentais, estratégias de aprendizagem, competências do pensar, pensamento crítico), por meio dos conteúdos escolares.
2. Promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade cultural dos alunos, incluindo o desenvolvimento da criatividade, da sensibilidade, da imaginação.
3. Preparar para o trabalho e para a sociedade tecnológica e comunicacional(...)
4. Formar para a cidadania crítica, isto é, formar um cidadão-trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar para o mercado de trabalho.
5. Desenvolver a formação para valores éticos, isto é, formação de qualidades morais, traços de caráter, atitudes, convicções humanistas e humanitárias.”


É visível a importância dos objetivos elencados, entretanto é preciso entender que os mesmos ultrapassam as instâncias citadas.
Na escola, em cada sala de aula, existem alunos que a cada momento necessitam de atividades diferenciadas para que as dificuldades sejam ultrapassadas. Para isso o gestor precisa ter uma relação de cumplicidade com todos os professores dando suporte para que sejam realizadas ações voltadas para essa diferenciação. Para que a escola cumpra realmente com esse papel social é de suma importância que toda equipe escolar esteja trabalhando em prol da apropriação de conhecimentos e valores que considerem os períodos do desenvolvimento e os traços culturais aos quais a comunidade está inserida. A implementação de ações que visem eliminar a problemática existente conduzirá o grupo e conseqüentemente a escola a tão sonhada mudança.

2. Que transformações desejamos?

Muitas são as mudanças esperadas para a escola e em meio a todo o processo de globalização, ansiamos que de fato ela esteja voltada para as necessidades decorrentes de toda a diversidade encontrada na sociedade. Essas mudanças visam uma melhoria no espaço físico que atenda a realidade.
Nesse contexto, percebe-se a falta de adaptações de grande porte por parte da gestão pública, o que causa uma grande dificuldade em estar acolhendo às necessidades específicas de cada um. Essas adaptações não são as únicas soluções para que a escola seja transformada, entre elas pode-se destacar também a adaptação da estrutura curricular e capacitação adequada de recursos humanos.
Ao pensarmos o ideal de escola, passamos a percebê-la como lugar que priorize o potencial, a criatividade e a cultura de cada aluno e ao incorporar estes valores será concebida como flexível, aberta às inovações, e ajustável às mudanças. Neste sentido nos reportamos aos pressupostos legais, que são os paradigmas para uma escola voltada para todos.

3. Aspectos legais

De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 206 inciso I, diz que o ensino será ministrado a partir do princípio de igualdade de condições para acesso e permanência na escola.
Assim como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases também aborda o assunto e aponta em seu artigo 3º inciso IX garantia de padrão de qualidade e no inciso IX vinculação entre a educação escolar e as práticas sociais.
Constatamos inúmeros princípios norteadores para o trabalho da escola imprescindíveis à toda a equipe escolar envolvida atendendo os ditames da lei, como também fazendo-a cumprir o que conseqüentemente recai sobre a escola no sentido de sua função social, política e pedagógica.
Mas para que isso aconteça o gestor deve além de cumprir suas funções, pautar sua gestão nos princípios de uma escola acolhedora, que esteja aberta a todos sem distinção. E para tanto Freire (1996) nos atenta:

A escola é o lugar onde se faz amigos. (...) Gente que trabalha, que estuda. Que alegra, se conhece, se estima. (...) Numa escola assim vai ser fácil! Estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz. E por aqui podemos começar a melhorar o mundo.


Diante desta citação Freiriana o gestor atuará de forma a manter uma convivência fraterna, onde a escola deixará seu papel de somente educar como também criar um ambiente de convivência entre todos.

4. O papel do gestor na construção de uma escola acolhedora.

Para que a escola seja considerada acolhedora com a diversidade existente na sociedade, muitas características são imprescindíveis para o trabalho do gestor, característica estas que valorizam a individualidade, ajudando na formação de pessoas mais felizes e cidadãos responsáveis.
Para se criar estas condições é fundamental a compreensão da realidade social da comunidade, criando espaços voltados para a família, ações que caracterizam o compromisso de toda a equipe com a diversidade.
Nesse contexto, a revista Nova Escola de março (2005, p. 54-6) aponta algumas ações: Ouvir é a melhor maneira de formar pessoas felizes; Valorizar o melhor de cada um é o essencial para o crescimento; Acreditar para melhorar a imagem que a criança tem de si mesma.
Para que, de fato, a escola esteja a serviço da transformação é preciso o compromisso de todos os atores sociais atentando às diferenças, acolhendo indiscriminadamente às diversidades e especificamente aos portadores de necessidades especiais.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. Constituição Federal de 1988.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei nº 9.394/96

CAVALCANTE, Meire. Como criar uma escola acolhedora. In: Nova Escola. mar, ed 180. São Paulo: Abril, 2005.

CULLIGAN, Matthew J. et al. Administração: de volta às origens. Trad. Lia Cayres. 5 ed. São Paulo: Best Seller, 1988.

FREIRE, Paulo. A escola. Instituto Paulo Freire: www.paulofreire.org

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José Eustáquios (orgs). Autonomia da escola: princípios e propostas. 5 ed. São Paulo: Cortez, Instituto Paulo Freire, 2002 (Guia da Escola Cidadã).

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. revista e ampliada. Goiânia: Alternativa, 2004.

LÜCK, Heloísa. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 23 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.


SAGE, D.D. Estratégias administrativas para a realização do ensino inclusivo. In: SATAINBACK, S; SATAINBACK, W. In: Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SILVA, Claudia Lopes da. O papel do diretor escolar na implantação de uma cultura educacional inclusiva a partir de um enfoque sócio-histórico. São Paulo, 2006.

UNESCO. Declaração de Salamanca e Enquadramento da Ação na Área das Necessidades Educativas Especiais. Ministério da Educação e Ciência de Espanha: Salamanca, Espanha, 1994.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nasce uma ideia...

Este blog foi gerado com a intenção de reunir artigos e opiniões de profissionais da Educação. Desde seu processo "embrionário", firmou-se com o objetivo de ser um espaço democrático a começar pela enquete que promoveu a escolha do nome.

Todos os profissionais da Educação interessados em serem co-autores deste blog, deverão encaminhar e-mail para que o convite seja efetuado.

Para efeito de consulta posterior, recomendamos que todas as postagens possuam marcadores para postagem. Seguem abaixo, sugestões de marcadores:

  • Educação Infantil
  • Creches
  • Ensino Fundamental
  • Ciclo
  • PEJA
  • Educação Inclusiva
  • Ou escrever o tema do artigo. Ex.: Meio ambiente; Rio 2016; Cidadania; Ética; Violência nas escolas; etc

Para que possamos manter um ambiente agradável e respeitoso, algumas regras de moderação são necessárias:

  • Não é permitido o comércio e venda de qualquer tipo de material, mesmo pedagógico.

  • Não é permitida nenhuma "propaganda partidária", mesmo velada.

  • Não é permitido o envio de spams, correntes, pedido de doação de dinheiro, mensagens de ajuda e ofensa a qualquer membro do grupo.

  • Se o texto postado não for de sua autoria, lembre-se de postar os créditos do autor.

  • Sátiras, ironias ou qualquer comentário com o intuito de ofender ou gerar atritos entre os membros será apagado. Este é um ponto muito delicado, porém muito importante, pois somos EDUCADORES.